Crianças que vão voltar à s aulas após carnaval devem colocar o sono em
Em 21/02/2015, o Jornal Extra publicou a matéria "Crianças que vão voltar às aulas após o carnaval devem colocar o sono em dia" , na qual a psicoterapeuta holística e hipnóloga Myriam Durante é citada junto com outros especialistas da área e o IPOM - Instituto de Pesquisa e Orientação da Mente. Confira:
Depois da pausa para o carnaval, a criançada volta às aulas novamente nesta segunda-feira. Quem já tinha se acostumado à rotina da escola após as férias vai ter que pegar o embalo mais uma vez, o que inclui reorganizar os hábitos de sono. Agora que a folia acabou, é hora de começar a ir para a cama cedo desde hoje para que o organismo tenha tempo para se adaptar.
— Dois dias antes da volta às aulas, os pais devem orientar os filhos a dormir e acordar no horário habitual da escola. Se a criança deixa para fazer isso na segunda-feira, vai acabar sentindo sono durante os estudos, o que dificulta a atenção e atrapalha o aprendizado — diz o neurologista Shigueo Yonekura, do Instituto de Medicina e Sono (IMS), em São Paulo.
Como o horário de verão termina hoje, à meia-noite, a adaptação tende a ser mais fácil, já que todos ganharão uma hora para curtir o dia. Segundo Yonekura, à noite pode-se antecipar o horário normal: se a criança costuma deitar às 22h, é permitido fazer isso às 23h. O importante é garantir o tempo total de descanso necessário à saúde.
Além de sonolência e problemas de concentração, a falta de descanso pode causar dor de cabeça e irritabilidade aos alunos. De acordo com o neurologista, os pais precisam ser firmes com os filhos ao estabelecer o momento de ir para o quarto. As crianças devem ter cerca de dez horas de sono por noite e os adolescentes, uma média de nove horas.
— Dormir mal prejudica a consolidação da memória e o crescimento — afirma.
Uma pesquisa realizada pelo Instituto de Pesquisa e Orientação da Mente (Ipom), em parceria com o Instituto Sou +Jovem, revelou que 58% dos jovens brasileiros já acordam cansados e 94% sentem sonolência ou queda de rendimento ao longo do dia. Isso porque 88% avaliaram o próprio sono como ruim ou insatisfatório, afirmando que encaram dificuldades para dormir. O levantamento entrevistou 1.830 pessoas de 14 a 18 anos nas principais cidades do país, durante o último trimestre do ano passado.
— Muitas vezes, os jovens só conseguem "apagar" por exaustão, ficando sujeitos a complicações de saúde física e mental — explica a psicoterapeuta Myriam Durante, presidente do Ipom.
Ritmo de vida acelerado afeta o relaxamento
Em médio e longo prazo, a má qualidade do sono provoca distúrbios comprometedores, como alterações de humor e comportamento. Quem não dorme bem passa o dia com a concentração afetada, o que dificulta as reações rápidas. Outros prejuízos são ganho acentuado de peso e indisposição para atividades físicas.
Para Myriam Durante, o problema é que os jovens passam a maior parte do dia conectados e acelerados, o que dificulta o relaxamento físico e mental. A situação vira um círculo vicioso: pessoas que não atingem o sono profundo e reparador ficam cada vez mais estressadas e, consequentemente, passam a ter mais e mais dificuldade para dormir.
— Para os jovens, dormir mal tem um preço alto, pois interfere no aprendizado. Sem um sono reparador, eles têm um desempenho escolar muito inferior ao que poderiam ter, pois não conseguem reter tudo que aprendem — sublinha a psicoterapeuta.