Ansiedade atinge quatro em dez brasileiros
Em 06/06/2016, o Blog do Nilson Sá publicou a matéria "Ansiedade atinge quatro em dez brasileiros" destacando a Psicoterapeuta Holística e Hipnóloga, especialista em comportamento humano, Myriam Durante e pesquisa realizada pelo IPOM - Instituto de Pesquisa e Orientação da Mente. Confira a matéria:
Revirar-se de um lado para o outro na cama ou ter um friozinho na barriga na véspera de um evento importante, como uma prova ou entrevista de emprego, é sinal normal de ansiedade. O problema é quando os sintomas aparecem sem motivo aparente e são constantes — medo, inquietação, irritabilidade, taquicardia, falta de ar e aumento da pressão são sinais de ansiedade patológica. O problema atinge 33% da população, segundo a Organização Mundial de Saúde, e 4 em cada dez brasileiros, de acordo com o Instituto de Pesquisa e Orientação da Mente (Ipom).
Segundo a psicoterapeuta Myriam Durante, autora do livro "Ansiedade: aprenda a controlar sua ansiedade e viva melhor", a ansiedade é uma coisa boa, é uma reação do organismo a uma situação de perigo. "O problema é quando a gente dispara este mecanismo do cérebro para 'coisas bobas' ou imperceptíveis. Isso pode gerar um ataque de pânico", diz.
A psicoterapeuta defende que a ansiedade pode ser tratada sem o uso de remédios. "O tratamento pode ser feito com técnica de hipnose e relaxamento, respiração, autoconhecimento e terapia. Técnicas de positividade também ajudam, já que o ansioso costuma ser muito negativo", diz.
O psiquiatra Sander Fridman afirma que algumas pessoas estão mais propensas a sofrerem de ansiedade. "Os ansiosos são pessoas mais controladoras, que projetam tipicamente uma percepção negativa para o futuro, enquanto os depressivos o fazem para o passado", explica o especialista, que faz uma relação entre os dois males. "Depressão e ansiedade podem coexistir na mesma pessoa".
E não é à toa que a ansiedade foi apelidada, por muitos especialistas, de "doença do século". Para a psicoterapeuta, a falta de tempo e o uso excessivo de tecnologias — muitas que causam vício, como o celular — aumentaram os casos de ansiedade. "Estamos vivendo no automático, com pressa, grudados no celular, irritados com o trânsito. Com menos tempo, estamos sempre preocupados se estamos fazendo tudo correto, e, às vezes, nos culpamos, não conseguimos dormir".
Médicos receitam remédios
Psiquiatras, porém, acreditam que o tratamento para ansiedade não deve ser feito apenas com terapia, mas também com antidepressivos, tranquilizantes e anti-hipertensivos. "Mas também são indicados tratamentos não farmacológicos, como a terapia cognitivo-comportamental, técnicas de meditação e, mais atualmente, as técnicas de 'mindfulness'", diz o psiquiatra Rodrigo Pessanha.
Ansiedade também é sinal de outros transtornos. "Quando há ansiedade em excesso, pode desencadear transtornos como pânico, fobia social, transtorno do estresse pós-traumático e transtorno obsessivo compulsivo (TOC)", alerta Rodrigo. Ele diz ainda que no transtorno do estresse pós-traumático, por exemplo, o indivíduo passou por uma situação estressante e tem episódios de ‘flashback’, vivencia aquela experiência, extremante ansiosa, várias vezes.