4 em cada 10 brasileiros sofrem do mal terrível da ansiedade
Em 05/06/2016, o Blog do Fernando Leite publicou a matéria "4 em cada 10 brasileiros sofrem do mal terrível da ansiedade" destacando a Psicoterapeuta Holística e Hipnóloga, especialista em comportamento humano, Myriam Durante e pesquisa realizada pelo IPOM - Instituto de Pesquisa e Orientação da Mente. Confira a matéria:
A ansiedade será, ao final deste sécculo, uma endemia, avaliam os especialistas. Quem sofre deste mal, é quem pode avaliar seu poder devastador. Aos primeiros sintomas, procure ajuda médica e não se isole. Eu dou o meu testemunho pessoal, sou um número nessa estatística crudelíssima.
Leia a matéria do jornal Extra e veja as sugestões para controlar o pânico nas crises:
Revirar-se de um lado para o outro na cama ou ter um friozinho na barriga na véspera de um evento importante, como uma prova ou entrevista de emprego, é sinal normal de ansiedade. O problema é quando os sintomas aparecem sem motivo aparente e são constantes — medo, inquietação, irritabilidade, taquicardia, falta de ar e aumento da pressão são sinais de ansiedade patológica. O problema atinge 33% da população, segundo a Organização Mundial de Saúde, e 4 em cada dez brasileiros, de acordo com o Instituto de Pesquisa e Orientação da Mente (Ipom).
— A ansiedade é uma coisa boa, é uma reação do organismo a uma situação de perigo. O problema é quando a gente dispara este mecanismo do cérebro para ‘‘coisas bobas’’ ou imperceptíveis. Isso pode gerar um ataque de pânico — diz a psicoterapeuta Myriam Durante, autora do livro "Ansiedade: aprenda a controlar sua ansiedade e viva melhor", lançado na última quinta-feira.
Em seu livro, a psicoterapeuta defende que a ansiedade pode ser tratada sem o uso de remédios:
— O tratamento pode ser feito com técnica de hipnose e relaxamento, respiração, autoconhecimento e terapia. Técnicas de positividade também ajudam, já que o ansioso costuma ser muito negativo.
Algumas pessoas estão mais propensas a sofrerem de ansiedade, diz o psiquiatra Sander Fridman, do Hospital Adventista Silvestre.
— Os ansiosos são pessoas mais controladoras, que projetam tipicamente uma percepção negativa para o futuro, enquanto os depressivos o fazem para o passado — explica o especialista, que faz uma relação entre os dois males: — Depressão e ansiedade podem coexistir na mesma pessoa.
E não é à toa que a ansiedade foi apelidada, por muitos especialistas, de "doença do século". Para a psicoterapeuta, a falta de tempo e o uso excessivo de tecnologias — muitas que causam vício, como o celular — aumentaram os casos de ansiedade.
— Estamos vivendo no automático, com pressa, grudados no celular, irritados com o trânsito. Com menos tempo, estamos sempre preocupados se estamos fazendo tudo correto, e, às vezes, nos culpamos, não conseguimos dormir.
Médicos receitam remédios
Psiquiatras, porém, acreditam que o tratamento para ansiedade não deve ser feito apenas com terapia.
— O tratamento é feito com antidepressivos e tranquilizantes. Em certas circunstâncias, outros medicamentos podem ser usados, como os anti-hipertensivos — diz o psiquiatra Rodrigo Pessanha — Mas também são indicados tratamentos não farmacológicos, como a terapia cognitivo-comportamental, técnicas de meditação e, mais atualmente, as técnicas de "mindfulness".
O psiquiatra Sander Fridman faz eco à voz do médico:
— Medicamentos como antidepressivos,antipsicóticos, antiarrítmicos, antiasmáticos podem ser convenientes.
Ansiedade também é sinal de outros transtornos.
— Quando há ansiedade em excesso, pode desencadear transtornos como pânico, fobia social, transtorno do estresse pós-traumático e transtorno obsessivo compulsivo (TOC) — alerta Rodrigo — No transtorno do estresse pós-traumático, por exemplo, o indivíduo passou por uma situação estressante e tem episódios de ‘flashback’, vivencia aquela experiência, extremante ansiosa, várias vezes.
A estudante de Design, Isabella Pedreira, de 24 anos, conta como começou a ter medo de tudo
— A ansiedade sempre esteve em mim, mas eu não tinha consciência. Só passei a entender quando evoluiu para síndrome do pânico. Tinha medo das sensações do meu corpo, achava que podia morrer a qualquer instante, tinha vergonha — principalmente por já ter escutado de médicos que isso "não era nada". Podia não ser um enfarte, mas era muita coisa. O pior foi quando comecei a ter medo do medo. Quando se agravou, decidi tentar me entender, pois tinha pavor de viver com isso para sempre.
Para Isabella, o autoconhecimento foi necessário para controlar os sintomas de ansiedade:
— Fiz análise por um ano e meio, encontrei um centro espiritualista muito acolhedor, busquei atividades como acupuntura, meditação e ioga. Comecei a me compreender de forma integrada, unindo corpo, emoções e questões espirituais. Mudou tudo! Hoje, não sinto medo daquela forma. Desejo que todos que vivem angustiados e calados, como eu vivia, possam encontrar seus caminhos e viver com a leveza que vivo e tanto desejei na época.